terça-feira, 13 de maio de 2014

Carta para um desconhecido (por quem me apaixonei).

Ontem e hoje recebi mensagens suas. Pra ser sincera, a primeira mensagem eu não sabia que era sua. Eu tinha excluído seu número, ajuda a esquecer não ficar abrindo a sua janela o tempo todo e lembrando de quando suas mensagens faziam parte da minha rotina.Só na segunda mensagem percebi quem era. Sim, não respondi. Sim, eu estou esquecendo a gente. Sim, a cada dia que abro os olhos e percebo que sonhei com você, faço questão de me esforçar mais e mais pra te apagar. Sim, você conseguiu me afastar de verdade. Sim, me envolvo rápido mas estou conseguindo aprender a deixar de lado com a mesma rapidez. Hoje faz uma semana que aconteceu o momento mais doloroso de todos. Depois de todas as minhas tentativas fracassadas de te esquecer ou então te fazer me notar e ficar do meu lado, você perguntou: "Se sou tão babaca assim, porque você ainda fala comigo?". É, realmente, bem curioso. Talvez seja pela minha vontade de sempre deixar a bondade ultrapassar qualquer mágoa ou dor. Talvez seja pelo sentimento que ficou. Talvez um pouco de cada, quem sabe. No instante da sua pergunta, fiquei tão assustada que não consegui sequer pensar em uma resposta. Quer dizer, a única que eu tive foi aquela que digitei de um jeito meigo e trôpego de quem não queria destruir mais nada. "É porque tenho um carinho enorme pelo que nós dois tivemos." É, senti carinho. Mas senti muito além. Senti vontade de cuidar, de conversar, de compartilhar experiências, de ficar junto, de estar perto, de não ir embora, de sorrir junto, de sonhar junto, de dormir e acordar junto, de dividir momentos, de fazer café da manhã, de imaginar um futuro, senti muita coisa relacionada a nós dois em tão pouco tempo...Muito boba, né? Boba a ponto de ser sincera ao extremo, de deixar claro o que sentia, de ser a menina sentimental que não jogava e não subestimava os sentimentos de ninguém. A menina que passou por cima das cicatrizes e sentiu novamente as borboletas no estômago batendo as asas, e levando-a o tempo todo até você. Me apaixonei. Quem diria, né? Aquela que tinha pedido para você não se apaixonar. Alguns anos mais nova, cheia de medos e sonhos e mesmo assim me deixei sentir aquilo. E foi do meu jeito de sempre. Torto, sentimental, cuidadoso, bobo, chato, complicado, grosso, implicante e defensivo de ser.  Esse é meu jeito. Aquele jeito que você conheceu. Aquele jeito de quem mostra que gosta de verdade.  Aquele jeito de quem manda mil mensagens até tomar um fora. Aquele jeito de quem tenta dar certo até o último segundo.  Aquele jeito que me fez brigar por querer passar mais tempo com você. Fazer coisas bobas como ir a praia, ver filme de avião, ou o pôr do sol, jogar conversa fora, sair pra jantar. Quem sabe algum dia você não vai sentir vontade de ter feito tudo isso, quem sabe? Todas essas coisas que faz quem gosta e quer ficar junto. O mais curioso da vida é como a gente luta pra ficar perto de alguém quando gosta. E é mais curioso ainda quando você jura que é recíproco, e não é. Parece que fica uma interrogação, um ponto desfeito, um vazio, uma falta de comunicação. Depois que passa é engraçado, né? A gente sonha em voltar no tempo só pra viver o início. Uma sensação de saudade gostosa dos momentos felizes que marcaram. Lembro bem da primeira noite. Posso jurar que foi uma das  primeiras saídas mais legais que tive com alguém. Eu estava sendo eu o tempo todo, e você gostava do que estava vendo. Era divertido ver o seu sorriso enquanto eu tagarelava e gesticulava por minutos seguidos. Não sei descrever. Foi especial. Um pouco cinematográfico diria. Até hoje não sei se era uma atuação, ou se era você de verdade. Até hoje não sei quem você é, ou o que se passou na sua cabeça relacionado ao que tivemos. Mas de algum jeito foi nessa noite que acreditei em você. O seu jeito de falar era sincero, sabe? E aí me deixei levar. Parece tão bobo acreditar em alguém que você nem conhece. Parecia tão mágico e tão real ao mesmo tempo. Fluía de um jeito tão lógico e sincronizado. Pra mim, não pra você. Enquanto investíamos em nós, você criava sua armadura contra mim. Sem sentido. Incoerente. É, eu sei. Eu tirava as minhas peças pra mostrar que estava aberta ao que sentia e com sinceridade colocava meu coração em jogo, enquanto você colocava um escudo ao redor do seu. E foi aí que me perdi. Você foi. Eu fiquei. E esse sentimento me atormentou. Sua falta me atormentou. Sua falta de preocupação me atormentou. Seu egoísmo. Suas mentiras. Sua falta de sinceridade. Você simplesmente não se importou. Com nada. Veio tão rápido e levou um tempo pra ir. E doeu em mim, sabe? Doeu porque eu realmente fui sincera desde o início, sem máscaras. Sem jogo. E isso também não foi recíproco.  O mais curioso é que você diz que já sofreu. Normalmente quando alguém nos faz mal, temos um cuidado maior com o sentimento de outra pessoa. Mas vai ver você pode ser diferente. Simplesmente só vê você, seus medos e suas necessidades. Eu não vou te julgar, assim como também não vou entender. Mas disso tudo eu prefiro esquecer. Não vale a pena sabe? Afinal a dor passou. E agora vou lembrar apenas do que ficou e me marcou. Os carinhos. As ligações. As preocupações. As risadas. Os apelidos. As brincadeiras. A primeira saída. As noites junto. Os olhares. Os elogios. Todos os motivos pelos quais me apaixonei. Ainda que você não seja mais essa pessoa,  ou não queira ser, isso fica com toda força. Talvez, algum dia quem sabe, você acorde com saudade da menina que abriu mão dos jogos pra tentar viver algo diferente. Talvez, queira distância de alguém que sonha demais, justamente por você achar que não consegue tirar os pés do chão. Talvez, em uma tarde vendo um avião, passe pela sua cabeça a minha imagem e você perceba que devia ter me feito ficar. Talvez me veja do seu lado quando estiver vendo um filme sozinho, ou em uma noite fria de inverno precisando ter alguém pra aquecer. Talvez quando fique mais velho tenha vontade de ser pai e lembre da minha vontade de ter cinco filhos com aquele sorriso de canto de boca de quem acha isso uma grande bobagem. Talvez se lembre dos carinhos , das risadas e do cafuné. E sinta falta. Falta por ter me deixado ir, ao invés de me conquistar. Aquela falta que dá uma pontada de saudade no peito. Falta de alguém que gostou de você mesmo quando você tentava afastar. Só que a falta não traz ninguém de volta. E eu espero que quando ela começar a apertar, você saiba disso.

sábado, 8 de março de 2014

Interno, terno e eterno.

Sabe aquela esperança? Aquela mesmo que fica escondida no canto do coração, esperando o momento certo pra não ser mais prisioneira daquele lugar, e mostrar o motivo de você não ter desistido ainda. Deixa ela continuar te fazendo sonhar e acreditar. Você ainda é aquela menina que acredita no amor verdadeiro. Nas borboletas no estômago. Na reciprocidade. Nos momentos inesquecíveis. Naquela pessoa que vai te aceitar como você é. E vai te amar por cada uma das suas qualidades e defeitos. Eu sei que ela ainda está aí dentro, esperando pra mergulhar em um amor de perder o fôlego. Amor que acrescenta, que soma e constrói. Continua sonhando. Vai em frente. Sonhar é tão bom. Até mesmo nos dias que você sonha em vão. Os sonhos te transformam na pessoa que você é. Sonha calada. Não precisa mostrar. Sonha com fé. Eu sei que você diz que não acredita, e que ainda não curou a ferida. Que as lembranças ruins tomaram conta do que você é. Mas aqui vai um conselho: continue remando, nunca se sabe o momento de chegar o porto seguro e tenha certeza que ele chega no momento em que você está prestes a se afogar. Mar aberto não tem fim, e sem fim será, quando encontrar o que procura e merece.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Vá sem medo.

Sabe aquele dia que você simplesmente acorda sem querer acordar? Abre os olhos e fecha, incontáveis vezes até conseguir levantar da cama. Seu corpo responde a apenas alguns comandos, porque parece que o que sobrou de você não está ali. Sua imaginação voa pra longe, bem longe. Tava sonhando né? Como sempre sonhando em ser o "eu nunca senti isso por ninguém de alguém". E a realidade bate, bate e fica. Lembranças, sobras, restos, metades. Não quero nada disso. A partir de agora quero tudo inteiro. Sem medo, sem pé atrás, sem receio, sem preocupação. Quero mergulho de cabeça. Decolagem de avião. Voo livre sem paraquedas. Frio na barriga. Vontade de querer mais. Quero entrega. De corpo e alma. Finalmente entendi que viver dos medos passados não vai me levar a nada. E eu lamento por isso. Não, eu não quero ser nada. Quero ser tudo pra mim. E talvez, algum dia possa ser o tudo de alguém. Aprendeu? Eu aprendi. Para de olhar pro passado. Passou. E de você, o que restou? Viver com medo, não é viver. É apenas passar pela vida. Me decidi. Não quero mais ter medo. Não quero mais ser metade. Não quero mais saudade. Não tem como viver pro resto da vida em cima do muro. Não quero mais ser covarde comigo. Nem com ninguém. Não quero mais ser fraca. Nem frágil. Tudo passa, né? Não sabe o que quer, não fica aqui. Dá meia volta, não olha pra trás, não sorri. É, a melancolia tomou conta. E a certeza... Saudade vem e vai. E a certeza também. Mas alguma hora ela fica, e agora é essa firmeza que me faz sonhar. E é com um amanhã incerto que eu sonho. Para nossa tristeza e alegria, o tempo passou e agora somos dois estranhos. Ou talvez não. Podemos ser apenas dois. Sem direção. Difícil saber o que ficou, mais difícil ainda olhar pra trás. Melhor não. Seguir é sempre o melhor caminho. Já pensei em voltar atrás tantas vezes. Queria história de cinema, sabe? Livro do Nicholas Sparks, beijos de Hollywood, romance desenfreado, amor louco, paixão súbita, memórias inesquecíveis. Aprendi a não querer final feliz, agora quero coisas sem fim. Infinito. Vai, eterniza o que te faz feliz. Mata o que te contradiz. O medo nunca vai te fazer feliz. Arrisca. Você diz que é estranho. Apenas aprendi a ver o que eu ganho, mesmo se eu vier a perder no final. Nesse exato momento, eu tomo meu café olhando a tela do computador enquanto escrevo e penso em como poderia ter sido. É, a melhor parte foi ter voltado a escrever. Me sinto leve, sabe? Tomei o primeiro gole do copo, desceu queimando, ardendo. Pareceu que ia me corroer por dentro. Mas depois passou. Viu como passa? Tudo passa. Mas o que for de verdade fica, fica com toda força e toda vontade que tiver. Enquanto isso, controlo e minha mente e penso que se não foi, não era pra ter sido. São tantas questões sem respostas. São tantas histórias sem ponto final. Pra ser sincera, odeio ponto final. Mas se for é, se for não é.  Talvez por isso essa minha vontade de deixar reticências, espaços, vírgulas, aspas, parênteses, barras ao invés do ponto. Não quero fim, não quero final. Ponto final significa não voltar pra onde se parou. E eu sei que se eu quiser eu volto, se eu gostar eu volto, se me der razões pra ficar eu fico. Sem conflitos. Ouvi dizer que a demora do tchau é equivalente ao quanto a pessoa quer ficar. Se quiser ficar, eu fico também. Mas isso não significa que sou sua. Se não quiser, por aí tem alguém. Deixa a porta aberta porque quando eu quiser eu vou embora. Mas posso voltar outra vez, talvez. No fundo, o que importa é ser alguém de verdade. E não deixar faltar esperança de boas memórias. Não vou desistir. E se tem uma coisa que eu realmente aprendi é que recomeçar é bom. A vida tem muitas segundas chances. Terceiras, quartas, quintas. E eu vou recomeçar quantas vezes forem necessárias. Não tem hora marcada pra isso. E sempre vai ter alguém pra recomeçar, aprender e tentar comigo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Nós.


Ei, vem cá, senta aqui do meu lado, preciso dizer uma coisa. Não, não vou repetir os mesmos erros, nem as mesmas palavras. Muito menos cobrar nada. Não, não vai embora agora. Não quero te assustar. Apesar de já ter feito isso. Só que existem algumas coisas que preciso acalmar. Ou deixar o tempo levar. Vai ser rápido e indolor, prometo. Sei que as atitudes contam muito mais. Só que agora busco palavras pra ficar em paz. É o meu jeito de expressar. É...estou sentindo um pouco de dor, mas mesmo assim deixei meu orgulho de lado pra tentar me expor. Isso não é ruim, longe disso. Sempre achei que orgulho fosse essencial. Agora aprendi que ele pode ser fatal. Então, aconteceu, né? Eu não quis que fosse assim, não quis levar ao fim. Fim não é a palavra certa. Só tem fim o que começa e na pressa, fomos depressa, e o que não começou, ficou só na promessa. Olha pra mim e acredita, não era pra isso ter acontecido. No início indefinido. Agora, decidido. De verdade, o que me deixa escrever hoje, é a saudade. Saudade do que já existiu, do que se construiu e do que ninguém previu. Foi rápido. Ávido. Abri os olhos e de repente o destino me surpreendeu. Quando eu menos esperava você apareceu. Nem vi você chegar. Não tive tempo pra respirar. Quando me dei conta, não consegui anestesiar. Tentei apagar, juro. Quando vi, era sentimento. Lamento. Por isso e pelos desmerecimentos. Eles foram consequência dos meus conflitos. Indevidos. Reprimidos. Com seu jeito de se importar, e de me tratar, foi inevitável não gostar. Tinha acabado de terminar, não era hora de me entregar. Não podia aceitar. Sozinha era difícil me distanciar. Precisava te fazer parar. Desde o início tive medo do que sentia, quis te afastar de mim. E no final consegui. Você me pediu pra não ter medo. Não sabíamos onde ia dar. Eu resisti, continuei. Quase parei. Aos poucos me entreguei. Mas o medo seguia ali, todo o tempo a me lembrar, que eu não podia gostar. Meu medo me fez cobrar. Desmoronar. Fingir não me importar. Afundar. Não aguentar. Angustiar. Questionar. Fiquei sem ar. Assim como em nossos beijos. Desejos. Lampejos. Ao invés de apenas me deixar levar. Pedia o que não se devia pedir, ao invés de agradecer o que recebia. Ficava impressionada com algumas coisas que você fazia, mas não admitia. Também me perguntava o que você sentia. Era diferente, a gente sente. Beijo, toque, carícia, abraço. Era bom. Tudo fazia sentido. Não era algo contido, mas era destino. E agora, depois que passou, a gente entende. Tiveram erros. A gente aprende. Escondemos. Questionamos. Ocultamos. Aceleramos. Continuamos. Paramos. Agora, é tarde demais, pois momentos se tornaram memórias que não voltam mais. Momentos intensos. Conversas pela madrugada. Brincadeiras e implicâncias. Risadas e gargalhadas. Me aninhei nos seus braços e dormi. Te vi sorrir. Fiz carinho pra você dormir.  Elogiou meus olhos. Os dias eram mais gostosos quando a gente ia sair. O tempo passava rápido. Ouvi o coração bater em descompassos. Aumentamos a velocidade dos passos. Virou rotina. A gente sabe que combina. Tem que ser vontade, e não saudade. Nunca fui de baixar a guarda, muito menos ir atrás. Mas alguma coisa em você me diz, pra ir atrás do que me faz feliz. Acho que devo seguir só o meu coração, que isso não será em vão. Antes que você diga, pense e repita, não, eu não sou maluca. Quando é diferente a gente sente. Quando a gente gosta, a gente luta. Já fiz isso algumas vezes e deu errado, mas é melhor do que não ter tentado. Questionamento desenfreado. Dúvidas. Muitas delas. Agora, depois que passou, analisei o que restou e percebi onde começou. Foi naquela noite, você sabe qual. Abraçou-me e disse que não queria ir embora. E naquela hora, vi que nada mais seria igual. Eu também não quis ir, teria ficado ali, tentando entender o que senti. Várias vezes no mesmo lugar. Nesse dia não tinha luar, mas as estrelas davam um brilho especial, ao que iria me balançar. E a tendência foi piorar. Confusão, pressão, atração, decisão, discussão, demonstração, emoção, ilusão, atenção...Foram tantos aos e mesmo assim no final restou paixão. Não correspondida. E um não.  E é assim que foi. Não posso mudar o que passou. E não sei se algo restou. A gente não mais se falou. Mas é assim que estou. Depois de um tempo eu sei que vai passar. Só não sei se quero te deixar ir assim. Acho que antes eu prefiro recomeçar e fazer você se apaixonar por mim. Não vai ser difícil, mas também não vai ser fácil assim. Não vou te machucar, muito menos magoar. Você vai gostar. Não deixa acabar. Tudo pode mudar. Seu medo vai passar. Se deixe aventurar. A gente vai com calma. Quando você menos esperar, vai valer a pena se libertar. Juro que não faço mais drama. Nem birra. Tá, posso fazer às vezes, mas só porque sei que você gosta. Não te chamo mais de fofo, apesar de achar. E de gostar de falar isso. E também não digo mais que desisti de fazer convites. Insiste. No fundo você se importa, eu sei. Deixei aberta a porta. Se gostar de mim você volta. E então vou te mostrar que pode ser bom gostar e se deixar levar. Vamos nos arriscar. Te faço companhia. Espero o seu bom dia. Ou então o “como foi o seu dia?”. Fico boba quando você me elogia. Te faço carinho. A gente dorme um pouquinho. Não admiti, mas já sonhei. É, não te contei. Falo no seu ouvido baixinho. Só há um caminho. Depende de você. De mim. Da vida. Coisas simples tiveram valor. Precisamos aprender, por favor. Não é um jogo. Contigo. Comigo. Sem perigo. Abrigo. Não é passado, nem futuro. É presente. Por agora, meu único sinal é saber que essa história já teve algumas reviravoltas e torço pra não ser mesmo o final. Se tiver que ser vai ser, preciso entender. Não há necessidade de correr. Eu sei que não é só de gelo o seu coração. Não precisa dessa aflição. Eu sei que você tá no meio de uma confusão. É só uma questão de adaptação. E quem sabe algum dia saberemos se foi em vão. Começou com um bilhete, mas espero que não termine como um lembrete de algo que se viveu. Não consigo ver assim. Ainda não vejo um fim. Espero pelo seu sim. Idas e vindas. Duas vidas. Dois momentos. Podem se transformar em um com o tempo. Esse é meu desejo. Nem você. Nem eu. Nós. Pode ser que ainda não seja a hora. Mas não demora. Esse é o meu lado que você não conhecia muito bem. Agora pelo menos deixei claro. Espero. Nunca te comparei com ninguém. Nem com o meu passado. Nem com o que já vivi. Foi bom o que senti. E, apesar do medo fui mais além. Espero que você saiba isso também. Foi você que me fez colocar tudo pra trás e esquecer. E apesar de não parecer, fiz de tudo pra corresponder. Depois de tanto tempo, vi algumas borboletas voltarem a aparecer. Era só isso que eu precisava te dizer...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Instante.

Sabe querer, mostra que sim, vem, não vem. Que inconstância, meu bem. Conheço isso como ninguém. Isso é medo? Se for, me diz, porque sinto isso também. Página branca ao vento, história sendo escrita. Você tá nessa também, admita. Exclamação e interrogação. As duas no mesmo vão. Não diga que sim, mas não aguento um não. Se afasta, mas não consegue. Chega perto e me pede. Quer carinho? Cuidado, já te dei o recado. Não precisa ser amor, mas não transforma em dor. Cuidado pra não ir rápido. Ávido, indefinido. Nem eu, nem você. A culpa é do destino, imagino. Desatino, rodopio. São as borboletas. Não consigo controlar. Difícil continuar. Compasso, batida. Coração, agora não. Quero ir, preciso ir. Me faz sorrir. Não posso continuar. Me pede pra ficar? Quero sair. Me faz continuar. Me beija pra acalmar. Sentimento ao vento, incógnita. Só o tempo saberá. Ventania, furacão, emoção. Espero a calmaria. Não vem, e agora você me tem. Sento no seu colo e sim, agora me diz, que vai cuidar e me fazer feliz. Ainda que não saiba o que eu fiz. Pra te deixar assim, sem diretriz. Olhar, luar. Você já não pode negar. Quer se entregar. Tá esperando eu confirmar. Saudade, vontade, velocidade, sinceridade. Resumem uma única verdade. Aproveita enquanto te faz bem. Isso pouca gente tem. Então pensa em ninguém. Vamos mais além. O fim é de ninguém e ninguém sabe que têm. A saída ta aí. Já viu a porta aberta? Se quiser vai. Isso é um alerta. Não te faço mais refém. Sem querer nada se mantém. Liberdade, é o que isso significa. Agora só cabe a você saber se vai ou se fica...(não precisa me dizer, apenas nos permita).

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Novo dia.

Sempre existe um dia que você acorda vendo que tudo mudou. O corpo não pesa mais ao caminhar. Os raios de sol entram pela janela e o mundo já não parece mais cinza como estava. A noite de sono foi leve, serena e você levanta sabendo que tem um grande dia pela frente. Poderia ter sido diferente, todo mundo sabe. Mas e aí? Não dependia só de você, e além do mais, será que realmente vale a pena questionar isso?  Se foi assim, deixa ir, tem que ser. O mundo é tão maior do que isso aí que você está sentindo. O tempo e sua vida estão passando. Ei, se olha no espelho, tudo continua aí, só falta você enxergar toda sua beleza. Ela é a mesma, tudo está exatamente do mesmo jeito, intacto, você só não está vendo muito bem ainda. Espera um pouquinho, tenha calma, o furacão acabou de passar. É...recomeço é algo um pouco difícil, ninguém duvida. Você pensa mil vezes, se enclausura em seu interior, se martiriza, repensa, luta contra, sofre bastante e se esconde.  Se esconde de você e do mundo. Enquanto isso, o desejo de seguir em frente fica impregnado em sua cabeça até você se sentir forte e corajosa pra tomar a decisão de ir em frente, e deixar o que passou no passado. Depois dessa decisão, veja bem, isso só acontece se você realmente quiser ir embora sabe? Você precisa querer parar de sofrer e começar de novo. Isso tem que ser feito, mas quando será feito, só depende de você. Pronto, chegou a hora...cada um tem o seu tempo, o seu momento e ele chega.  O importante é não olhar pra trás e seguir em frente, aos pouquinhos, como se estivesse pisando em um lago congelado, que a qualquer momento pode quebrar se você for com força demais. Esse é o segredo principal, ir com muita calma e pensando em você acima de tudo. Afinal depois de tudo o que você deixou para trás seria um pouco exaustivo se afogar e morrer congelada logo em seguida. Mas depois que cicatrizar completamente, será diferente, eu garanto. Na teoria, algo muito fácil, mas no fundo, quando você percebe que seu coração continua ali batendo, não tão fraco quanto você achava que ele estava logo após o furacão, você entende que pode ser fácil na prática também, é só se permitir. Então, depois de tudo, a primeira pergunta que você se faz é: - Foi humano ter amado alguém assim, desse jeito doloroso? Foi real? Foi válido? Sim, foi, e continua sendo. Fez parte da sua vida, faz parte do que você é hoje, te ensinou a crescer. E agora...você seguiu em frente, a página está em branco pra  escrever a história que quiser, colorida, preta e branca, rabiscada, rasurada.... Sinceramente, não sei quantas mais você vai ter que rasgar, mas não tenha medo disso. É melhor aprender a se reerguer nas quedas do que sempre caminhar com medo de cair. O recomeço é muito mais difícil pra quem perdeu uma pessoa por não ter dado valor do que pra quem sempre lutou pra ficar e cresceu com a experiência de ser mandado embora. Não se envergonhe de ter sofrido. Sinta pena de quem não soube te amar.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Resto.

Eu realmente não faço ideia do que eu criei dentro da minha mente pra chegar até aqui. Chego até a achar que foram alucinações, daquelas que você fica pesada depois que acorda, sabe? Também não faço ideia de quantas noites passei chorando, tentando saber onde meu erro estava. E ele simplesmente não estava, porque não tinha erro, não era eu, não era meu. Uma pessoa sem amor, é só uma casca. Uma pessoa que só pensa em si mesmo, é aquela que no fim não tem nada. Uma pessoa sem sentimentos, é o que restou de você. Vazio, oco, infeliz. Foram meses tentando ensinar alguma coisa, meses em vão. Não restou uma página sequer de aprendizado. E no fim das contas eu vejo que essa pessoa aí não é ninguém, é só uma névoa que mancha meu passado. Você mesmo. É só mais uma pessoa invísivel na multidão. E é tão invisível que precisou criar máscaras e mentiras para aparecer e se perdeu no meio de todas elas. Perdido, sem rumo, sem amor. Sem saber ao certo quem você é. Idealizei alguém que não existe. Me apaixonei e amei um fantasma, uma ilusão do meu mundo de conto de fadas. Ou talvez alguém que de tão cego pelo seu mundo de conquistas preferiu arriscar o sentimento de outra pessoa para subir no pódio vencendo o primeiro lugar na categoria conquistador barato. Se pra você é preciso pisar em alguém pra se sentir superior, que pena. Magoar quem acredita na gente é mais doloroso do que você pode imaginar, e algum dia as contas do passado que não foram pagas à vista, chegam. E sempre vem com juros. Prefiro sofrer amando do que fazer alguém sofrer sendo um vazio sem fim. Pra mim, restou um aprendizado. Fiquei sem chão para ter que aprender a voar. Melhor assim.  Antes ser forçada a sentir a dor, do que ficar escondendo-a embaixo do travesseiro, assim como você faz. Exatamente lá onde sua cabeça repousa com suas inverdades. Só cuidado para não se afogar demais nelas, a correnteza é forte, ela te carrega para baixo e você pode não ser tão forte quanto pensa para voltar.