domingo, 27 de dezembro de 2009

Sua mera ilusão.


Você diz que encontrou a felicidade, porém ela não passa de uma farsa que você criou em seu mundo isolado da realidade, seus pensamentos e suas atitudes não condizem mais com com o que você realmente deseja. Todos os sentimentos bons que habitavam seu interior quiseram sumir e a falta deles te transformou num robô que já nem consegue mais controlar as próprias sensações. Se perdeu no meio do caminho, não negue, eu já sei, você não sabe mais aonde você está, muito menos em quem se transformou, os mínimos momentos de sinceridade que hoje foram jogados ao vento, me permitiram conhecer-te de um modo que você nunca ousou deixar. Os suportes que te seguravam caíram de forma tão abrupta que você jamais voltou a se manter constante, suas oscilações contínuas além de te matarem dia-a-dia, acabaram por romper todos seus laços com quem estava ao seu redor. A bagunça que reside em você se mantém secreta, apenas quem olha nos seus olhos assim como eu olhei, é capaz de encontrar o que você necessita urgentemente. Eu acredito que ainda reste um pouco de amor no seu coração, pois todos somos feitos de amor, algum dia, se você consentir ele irá florescer no meio de tantas pedras que escondem quem você realmente deseja ser e por medo não é. Eu verdadeiramente gostaria de poder te ajudar, estou, estive e poderia estar ao seu lado se você quisesse, porém cansei de pisar somente no mesmo lugar e de esperar que você se disponha a mudar e sem algum medo ou receio venha se entregar.



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Excentricidade.

Quantas vezes será que precisarei me reinventar pra atingir o auge da estabilidade? Não que eu seja instável, posso até ser um pouco, me vejo mais como alguém incomum, muitas vezes nem eu consigo lidar comigo, não consigo saber o que eu quero e fico inquieta. Sinto medo de tentar montar o quebra cabeça que se encontra totalmente bagunçado dentro da minha cabeça. Sou muito complexa pra ser entendida e muitas vezes ainda cobro que as pessoas me entendam...Sinto vontade de andar por aí sozinha, sem rumo, sentindo o vento bater em meus cabelos e o sol queimando minha pele pra ver se assim eu consigo pensar um pouco mais em mim e esquecer de vez o que me faz mal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Sem emoções.

A ciência ainda não foi capaz de explicar o que sentimos quando gostamos de alguém, me acho tão estúpida por estar deixando que isso aconteça comigo, não consigo deter todos os pensamentos que rodeiam a minha mente. Algumas vezes eu almejava ser capaz de não conseguir sentir nada, absolutamente nada, assim não me deixaria levar tão fácil por sensações como as que tenho sentido ultimamente. Queria entender porque as lágrimas quentes escorrem involuntariamente sobre o meu rosto, secando todas as esperanças que ainda permanecem e são frutos das minhas mais profundas ilusões. Meus olhos conseguem expressar por alguns instantes o que minha alma tenta reprimir, o que eu me esforço pra fingir que não existe, mas existe e além disso está dentro de mim, consumindo cada célula que meu organismo necessita para sobreviver. Me sinto descartável como uma folha de papel que alguém joga no lixo quando não escreve o que quer, me empenho em não considerar que isso seja verdade, mas todas as outras alternativas já foram descartadas e só me restou aceitar que fui repelida sem ao menos uma explicação. A saudade que mantém minha respiração inconstante e ansiosa é a mesma que perfura o meu coração e causa esse sofrimento que culmina na minha infelicidade. Estou submergindo e me sufocando com minhas próprias desculpas e já não encontro quem possa me livrar dessas algemas que me atam a algo que se tornou somente a fumaça que entope minhas narinas e me deixa incapaz de respirar. Só consigo desejar uma coisa neste momento, ainda que seja uma ramificação da loucura que me domina, preciso te ver pela última vez, necessito ter certeza que a sinceridade que seus olhos sempre me transmitiram não passava de falsidade e de algo abstrato que nunca cogitou se tornar concreto. Suplico pela verdadeira resposta que deve estar perdida debaixo do seu travesseiro, escondida no lugar aonde você adormece e sente meu perfume, esse é apenas um reflexo dos momentos que ainda me sufocam e que no fundo do seu inconsciente são capazes de te transtornar e de te encobrir de culpa por ter deixado algo tão inigualável escapar aos poucos entre seus dedos. Apenas não teve motivos para me abandonar, eu fui pra você tudo o que nunca tinha sido para ninguém, éramos como uma música bem ritmada que não parecia perder a melodia. Questiono todos os dias se você esqueceu os apertos em minha mão, os sorrisos que eu abri quando nossos olhos se encontravam...tivemos tudo e cada vez parecíamos mais em sintonia, porém em alguma parte houve um erro e você abandonou o que sentia e esqueceu que eu ainda estava viva, esperando por mais momentos inesquecíveis, que jamais voltaram a acontecer.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Intenso e único.

É inevitável não me questionar porque os sentimentos mais remotos conseguem penetrar meu ser de uma forma quase indolor e depois de um certo tempo se tornarem a pior tortura que alguém poderia sofrer. Tudo é tão contraditório que me faz acreditar que qualquer explicação jamais bastará, em alguns segundos, o ar que chega aos pulmões não é mais suficiente para manter constante o compasso da minha respiração, então sou capaz de ver com nitidez que tudo parece desmoronar, como um castelo de areia que o mar leva rapidamente, sem o menor lamento. A inconstância é capaz de alcançar o feito de anestesiar cada pedaço meu que você julgou seu, sem que ao menos eu tivesse conferido a você essa dádiva. Seus beijos já não eram mais seus, eram meus, completamente, indubitavelmente e indiscutivelmente meus. Você me entregou seus beijos de bom grado, sem medir as consequências, não fez ideia do que eles se tornariam para mim, e assim se tornaram meu maior desejo, minha completa obsessão, me faziam falta como qualquer coisa jamais havia feito. Nada nunca conseguiu se encaixar tão perfeitamente em mim quanto seus beijos, absolutamente nada, o contorno dos seus lábios possuía exatamente a forma necessária para receber e completar os meus. As faíscas que explodiam a cada toque eram como segredos que deveriam estar guardados para sempre e que nunca poderiam vir à tona, éramos como imãs que depois de atraídos só se separam por alguma força contraditória, isso prova a minha incapacidade de descrever todas as sensações que me dominam e me extasiam. Cada fragmento instável da sua mente era capaz de me fazer sua, com uma certa eficiência que eu jamais havia visto antes, essa sua habilidade me tomava e nos convertia em uma mescla de sentimentos que eram capazes de carregar toda a sanidade mental que mantive intacta durante minha vida. Já não tenho mais a capacidade de estar ao seu lado sem que meus sentidos sejam tomados de mim, sem que o teor de adrenalina que arrebenta minhas veias seja incalculável, sem que meu coração golpeie meu peito a ponto de fazê-lo explodir, sem que minha respiração seja transformada em longos e medíocres suspiros, sem que eu veja meu reflexo em seus olhos brilhantes e me martirize por me deixar levar tão facilmente, sem que seu abraço me deixe desnorteada e angustiada por saber que não ficarei envolta por seus braços para sempre, sem que seu toque e suas carícias me transformem praticamente por inteiro. A indefinição de tudo o que eu possuo cobra de mim uma certeza, a parte irracional da minha mente suplica para que a coincidência que te situou em meu caminho seja a mesma que te faça ficar, pois não sei se serei capaz de enterrar tão facilmente algo que se apresenta sem uma forma concreta, mas sim de um modo insensato que me completa intensamente.


sábado, 19 de dezembro de 2009

Dilacerando.

Até 5 da manhã tudo parecia bem, tudo ainda estava intacto no mesmo lugar em que eu havia deixado. Não consigo entender como em poucas horas tudo o que você planejou desaba como em um terremoto sem controle e sua vontade não é nada mais do que se esconder do mundo por incontáveis dias. Existem corpos estranhos que habitam seu ser sem que você tenha dado permissão para eles estarem ali, é como uma obrigação de carregá-los com você, e não há outra escolha, eles estarão com você para o resto da sua vida. Algumas pessoas tiveram a oportunidade de escolher, já eu não tive essa sorte, ao crescer descobri o que por uma ironia da vida, fazia parte de mim. Se ainda fosse algo que me completasse e me desse forças, tudo ficaria bem. Porém é quase o fim do mundo saber que não é nada disso. Saber que é algo que te arruína e te faz sentir a pior das criaturas toda vez que você se depara com sua imagem se distorcendo diante de um espelho. Se deformando diante da realidade que te corta por dentro e depois se dissipa entre seus pensamentos monótonos que perdem completamente o sentido. Por míseros dez dias eu prefiro esquecer que espelhos existem, esquecer o que eu serei e em o que minha imagem irá se tornar. A culpa não é minha, não tenho porque me responsabilizar por algo que não fiz, que não pedi, porém isso não impede que eu sinta repulsa do meu organismo por não ser forte o suficiente para combater essa dor que me mata por dentro e por fora. Por não ser capaz de resistir e se manter forte. Ainda não sei porque exijo de mim algo que ninguém consegue, talvez para parecer que o fracasso não serve para mim. Ainda que seja só para tentar me impressionar, porque o direito de sucumbir foi concedido a todos, e eu poderei justificar os erros que ainda não cometi de algum jeito. Na época que eu mais precisava do meu coração intacto, ele se desintegrou diante dos meus olhos em algumas horas. Se espatifou a alguns metros de distância de mim e não pude me desvencilhar da jaula que me matinha prisioneira para mantê-lo inteiro, não tive esse poder. Não posso negar que ainda não tenha assimilado o que aconteceu e ainda acontece, todavia ainda precisarei de um pouco mais de tempo e maturidade para compreender.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Dramatização e desvios de conduta.

Hoje eu precisava de um tradutor de sensações, fui do auge das sensações mais esquisitas que já pude sentir até o das boas. Ou então, precisaria de algo que pudesse decifrar todos os pensamentos que estão em códigos dentro da minha cabeça. qualquer coisa parecida com isso seria extremamente útil. Realmente não estou conseguindo achar nada que faça sentido, por mais que eu vasculhe todos os cantos mais racionais ou irracionais da minha mente. É tão estranho quando achamos que o destino vai nos surpreender, porque não podemos achar nada, ele simplesmente nos surpreende. Destino. Eu gosto dessa palavra, ela é forte, soa bem quando ecoa em meu ouvido. É uma das poucas palavras que tem o poder de alcançar os mais imersos cantos da minha imaginação e me fazer pensar em coisas que se prolongam dentro de mim por um sublime desvio da minha ilusão. Pelo menos eu sei que já desisti de me convencer que contos de fadas existem. Já sei que meu mundo cor de rosa é mais um fruto da minha fértil e louca imaginação e é nesse momento que um sorriso meio torto e bem de lado nasce em meus lábios, pois não foi uma escolha, fui obrigada a acreditar nisso e tentar arrancar de mim o que poderia ser melhor, ou então um pouco da suposta felicidade que eu aparentava. Isso se pronuncia dramático e até um pouco sarcástico. Porém como eu vou saber o que é melhor pra mim se eu não souber o que é pior? Me renunciei a fingir felicidade, aprendi a encontrá-la. Abandonei todas as algemas que me prendiam aos meus sentimentos indecifráveis. Agora eu posso pensar com mais clareza em me arremessar sem culpa, pois pelo menos, a partir de hoje não terei o direito de me arrepender de nada que deixei ou tive medo de fazer.