segunda-feira, 5 de julho de 2010

Desejo Momentâneo de uma Noite de Inverno.

Perdida no meio de uma imensidão negra, sinto o vento bater no meu rosto. Olho para os lados e não consigo enxergar absolutamente nada. Pequenas luzes se distorcem, ofuscando meus olhos, mas o vazio que está na frente parece me puxar. É muito mais soturno e interessante. Vejo que estou me distanciando de tudo, ao passo que o pensamento voa para muito longe. O frio me incomoda. Me mantém parada. Estática. Minha cabeça descansa serenamente sobre os braços, que começam a ser atormentados pelo frio da noite. Enquanto isso os olhos se movem em suas órbitas buscando algo que não está ali. Forço as pálpebras uma contra a outra e depois fecho os olhos. Só consigo escutar o barulho do mar ao fundo, ora calmo, ora agitado. A inquietação toma conta de mim ao passo que contraio os músculos da face. Fico amedrontada, pois jamais gostei de estar sozinha, à deriva, no desconhecido. Busco e nada encontro. As luzes clareiam e apagam. Fecho e abro os olhos. Quase me derrubo. Me movimento rapidamente como se a turbina de um avião me tomasse pelos cabelos. Sinto algo me puxar. Mordo os lábios e os contraio rapidamente. Minhas mãos não ficam quietas, parecem buscar algo. Imagens se formam e levam para longe minha imaginação. Paro. Penso. Escuto. Sinto. Vejo. Você. Aqui. Agora. Em mim.

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