quarta-feira, 12 de maio de 2010

Oscilações.

Só o tempo possui o poder de transformar e modificar situações. Meu tempo corre, me deixa atônita. Até hoje é o único que pode me metamorfosear. Esse tempo é o mesmo que grita dentro de mim, pedindo socorro. Ele quer correr rapidamente ao passo que dilacera dentro de mim qualquer esperança que eu tinha de permanecer aqui, estagnada, para sempre. Algumas vezes é necessário que me salvem de mim mesma. Todo mundo tem um inimigo quase mortal. Não nego, sou minha própria inimiga. Asseguro que sou mais mortal do que qualquer vilão de filme. Eu não quero matar ninguém no final, posso garantir. Meu único objetivo é certificar que não me mutilarei em algum trágico desfecho. As lutas constantes que são travadas frequentemente em meu interior me permitem, hoje, analisar tudo de formas diferentes. Algumas pessoas passam por nossas vidas e permanecem para sempre nelas, outras simplesmente se vão rapidamente, porém nada acontece por acaso. Não estou aqui escrevendo isso por acaso. Levantei necessitando de palavras, que ainda que possam parecer soltas no ar, fazem sentido dentro de mim. É tudo meticulosamente coincidido para acontecer. Minha vida é a prova mais perfeita disso. Questões não param de importunar meus sonhos. Não sei nada de futuro, não posso responder. Qual será a próxima cena? Quem será o próximo protagonista? Não vejo nada acontecer. Não existe resposta alguma. Só sombras. Uma parede se fecha e me acoberta nesse quarto escuro, que é iluminado somente por uma brecha na janela. A madrugada me envolve e o som dos carros na rua parece marcar o compasso de mais um conflito. Minha cama se ergue, quer me engolir. Ela clama por mim. Minhas cobertas tentam me amordaçar. Meu travesseiro quer bloquear meus olhos. Preciso fechar as cortinas e cessar qualquer barulho, minha respiração está ofegante. Estou me interrompendo sem fazer sentido. Preciso sair desse mundo, dessas oscilações, necessito sonhar. Quem sabe em meus sonhos, naqueles mais profundos delírios eu descubra. Tudo possui uma resposta. Então, quando será que descobrirei, de verdade, quem eu sou? Só o tempo...

Nenhum comentário:

Postar um comentário