segunda-feira, 3 de maio de 2010

Encruzilhada.

Mais um dia começou e a felicidade evidentemente estampa meu rosto com leves sorrisos dignamente bonitos e falsos. Sou quase uma peça de teatro bem montada no quesito de ações e demonstrações de sentimentos que não são verdadeiros. Me desarmo inteiramente ao afirmar que sei fingir muito bem, acho que esse é um dos principais motivos da minha intermitente vontade de ser atriz e fazer teatro para o resto da vida. Aparentemente as decisões que venho tomando não me satisfazem completamente. Não vou negar que momentaneamente elas me fazem demasiadamente feliz. Porém quando essa sensação passa e o recomeço se dá, surge uma sensação massacrante de angústia. Basicamente tudo se torna estranho quando você tem o que quer de uma maneira, posso dizer, razoavelmente fácil. Aí então quando surge algo que obviamente tem o aspecto de ser fácil e não é, existem aqueles dilemas costumeiros de sofrimento. Seria possível dizer que ser feliz sempre é algo quase impossível, todos sentem necessidade de sofrer. Indiscutivelmente o sofrimento vicia, de um modo que é quase impossível se desvencilhar dele. Essa sensação toma conta das células do nosso corpo e se propaga rapidamente. Ainda que tudo esteja dando certo, sempre há alguma necessidade de buscar algo que nos deixe triste. Se eu pudesse ficar filosofando durante horas sobre o que se passa dentro de mim, a única conclusão que me deixaria satisfeita seria alguma que fosse dotada de um resultado digno. Resultado esse que só seria válido se pudesse ajudar uma menina de dezenove anos que se encontra perdida em milhões de crises existenciais e de consciência. Afinal, alguém consegue se entender e saber o que deseja sempre? Sinceramente ninguém, quem afirma isso não passa de alguém que quer ignorar todas as complexidades da cabeça de um ser humano. Sou um poço sem fundo de dúvidas, exclamações, desacertos, loucuras, sentimentos estranhos...Sou complexa demais. Sou uma encruzilhada.

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